Introducão

A maioria das bases de dados disponíveis apresenta algum elemento de localização. De acordo com funcionários que trabalham com o portal de dados abertos do governo dos Estados Unidos, cerca de 90% de seus dados contêm informação geográfica, variando de nomes de ruas a coordenadas precisas. Neste tutorial, vamos mostrar os diferentes tipos de mapa que você pode usar para transmitir informação e permitir que os usuários interajam e explorem os dados ambientais que você reuniu para sustentar a sua reportagem.

Pontos de Interesse

Pontos de interesse (do inglês Points of Interest) são o símbolo mais simples usados para produzir mapas. Você pode simplesmente pontuar o seu mapa com uma localidade específica que gostaria de destacar ou pode incluir vários pontos, ícones ou diversas localidades para representar os seus dados.

No exemplo abaixo, feito no Google Fusion Tables, espécies de borboletas foram mapeadas na Costa Rica.

Mapas de Polígonos

Esses mapas são úteis quando áreas, fronteiras, formatos ou limites precisam ser mostrados. Um exemplo clássico é o mapa de fronteiras mundiais ou um mapa que representa diferentes domínios naturais em uma área protegida.

Mapa da Vegetação Mundial com dados do Centro Nacional de Dados Geofísicos. Imagem cedida pelo Wikimedia Commons.

Mapas de Calor

Quando uma concentração de acontecimentos ou pontos de interesse acontecem no mesmo lugar, é possível agrupar áreas usando um valor médio sobre uma região. Também conhecidos como mapas de isolinhas, e usados geralmente para visualização de dados climáticos, mapas de “calor” podem ser utilizados para verificar concentrações intensas particularmente evidentes nos seus dados.

O exemplo abaixo mostra os pontos importantes de biodiversidade ao redor do mundo medindo a densidade de biomassa.

As áreas vermelhas representam aquelas com maior densidade de espécies e os territórios azuis, com a menor. Imagem cedida pela Saving Species 2012.

Mapa de Bolhas

Este tipo de mapa é semelhante ao mapa de pontos, com a diferença que você pode dimensionar o tamanho dos pontos de acordo com valores numéricos, criando a aparência de uma bolha para chamar atenção para eventos num determinado lugar. Esse estilo de mapa também é conhecido como mapa de “símbolos graduados”, já que os símbolos que apresenta não se limitam a círculos.

No exemplo seguinte, as localidades de incêndios em florestas está organizado de acordo com o número de eventos. Este mapa foi produzido no Tableau Public Software.

O tamanho das bolhas sobre o mapa representa a quantidade de acres queimados, mostrando que a Costa Oeste dos Estados Unidos é mais afetada ao longo de um período de 10 anos. Imagem cedida pela Tableau Public.

Mapa Coroplético

Colorir polígonos tais como fronteiras de um país de acordo com valores representados no mapa é o chamado mapa coroplético. Este formato clássico de cartografia deve ser o estilo de mapa mais reconhecido. Mapas políticos, como os que mostram as divisões entre Republicanos e Democratas nos Estados Unidos, estão em todos os programas de TV e jornais. Mas há muitas outras maneiras de utilizar esse tipo de mapa. Um deles é fazer uso de uma graduação que siga um intervalo numérico. Para selecionar as cores, nós recomendamos a ferramenta Color Brewer.

Aqui há um exemplo de um coroplético feito no projeto InfoAmazonia, que mostra a quantidade de cabeça de gado por município no Norte do Brasil.

Cartograma

Um cartograma distorce o tamanho das formas no mapa de acordo com os valores que elas representam. O exemplo abaixo dá um novo formato ao tamanho dos países de acordo com sua emissão de carbono. Como é possível verificar de imediato, os Estados Unidos e a China estão realmente inchados, enquanto o continente africano quase desaparece por inteiro.

Mapa originalmente publicado em www.viewoftheworld.net

Gustavo Faleiros é Jornalista formado pela PUC-SP com mestrado em Política Ambiental pelo King´s College da Universidade de Londres. Trabalhou como repórter da editoria Brasil do jornal Valor Ecônomico de 2001-2004 e, entre os 2006 e 2011, atuou como correspondente em Brasília e editor do site O Eco, onde foi responsável pelo lançamento dos projeto oecoAmazonia e Geonotícias. Em 2012 lançou o projeto mapasColetivos com apoio do Instituto Claro e parceria com a jornalista Juliana Mori.  Atualmente, como bolsista Knight pelo ICFJ trabalha no portal de dados InfoAmazonia, que reune mapas interativos com reportagens nos 9 países da floresta tropical.